09 julho 2013

E importância de precificar corretamente um produto


Estipular o preço de seus produtos e serviços é sem dúvida alguma uma das mais importantes decisões a serem tomadas pela empresa e apesar de sua relevância, muitas dificuldades são encontradas pelos gestores nessa formatação. Segundo Simon (1992), várias companhias deixam de aumentar seus lucros por adotarem políticas de preço impróprias e a falta de critérios objetivos faz com que as empresas dependam de razões subjetivas para a precificação, o que normalmente conduz a erros na determinação do preço dos produtos. 
Encontrei uma pesquisa que mostra quais os dez erros mais comuns em política de preços:
    a) tentar recuperar no preço do produto os investimentos iniciais mal dimensionados;
    b) não ter uma contabilidade de custos constantes;
    c) repassar às vendas a prazo os juros do Banco Central - o correto seria estabelecer um juro igual ao retorno do capital;
    d) não adequar propaganda e preço;
    e) trazer a valor presente os preços de matérias-primas a ser pagas a prazo - o correto seria alocar o valor no prazo de desembolso;
    f) aumentar os preços antes da data do recebimento do salário dos consumidores;
    g) buscar o consumidor classe A;
    h) não calcular descontos corretos;
    i) uso de fórmulas de cálculos muito simplificadas - do tipo "custo + 10% de margem";
    j) empresas que costumam fabricar produtos a baixo custo e fixam seu preço em função do mercado maximizam o próprio lucro. Mas erram na estratégia de longo prazo, não aproveitando sua vantagem competitiva de produção mais barata.

     

04 julho 2013

VAI FALTAR “LULA” NO CARDÁPIO

*Rogério Silva
A popularidade da presidente Dilma despencou. Os petistas apressados já falam em lançar Lula candidato. Em São Paulo, a popularidade de Alckmin também despencou. Mas ele ainda é forte à reeleição no ano que vem para o governo paulista. Porém, as projeções indicam que, se antes ele ganharia até de Lula, hoje o cenário é de segundo turno.
E então? Lula em Brasília ou Lula em São Paulo? Não tem Lula em estoque para os dois banquetes. Vai faltar candidato imbatível em algum lugar ou nos dois, já que o dito cujo garante todos os 9 dedos das mãos que não disputará eleição ano que vem.
A manifestação generalizada que tomou as ruas nas últimas semanas abalou não um ou outro político, mas a classe inteira, já desacreditada no Brasil por episódios que conhecemos de cor. A coisa ficou mais feia ainda quando o povo percebeu que é só apertar um pouquinho que o político cede. Baixa preço de ônibus, fala em Reforma Política, propõe plebiscito para ouvir o clamor popular e destina dinheiro sagrado do petróleo para saúde e educação. Precisava tudo isso para tomar uma atitude?
O sentimento agora é que a coisa funciona no grito, no berro. Ou, na pior das situações, no quebra-quebra. Uma pena! 
Voltando à tempestade sombria que paira sobre a cabeça dos políticos, têm uns se fingindo de mortos. Não vão às ruas, não aparecem na tv e assistem ao jogo de futebol pela televisão. Melhor evitar, vai que…
Com Dona Dilma abatida em 30% de popularidade, a expectativa agora é aguardar pelos fatos novos – se é que virão – anexados a outras pesquisas Ibope e Datafolha. Essas pesquisas nunca geraram tanta expectativa. O João Santana, marqueteiro do Planalto, ameniza. Chuta que em 3 ou 4 meses a popularidade da presidente se restabeleça. Do lado tucano, nenhuma previsão semelhante ainda foi feita sobre o governador de São Paulo.
Fato é que faltam cartas na manga. Periga pintar algum fenômeno saído do nada para pousar de salvador da Pátria. Em 1989 a crise era tamanha, que o brasileiro abraçou a primeira novidade que apareceu. O perfil novo e arrojado do “caçador de marajás” encantou a massa descrente no que estava posto. E olha que foi uma eleição única, sem paralelos, com mais de 20 candidatos, dentre eles medalhões como o Dr. Ulisses, o ex-vice-presidente Aureliano Chaves, Mário Covas e até, de passagem, Silvio Santos. Deu Collor, um desconhecido até bem pouco tempo.
E se a presidente chegar enfraquecida à campanha do ano que vem? E se Lula não tiver saúde para disputar eleição alguma? E se o povo não surfar na ideia do mineiro Aécio, do pernambucano Eduardo Campos ou da ambientalista Marina?
Peça o cardápio e seja exigente. Com ou sem frutos do mar no menu, certamente haverá sugestões do chef. Resta saber se a conta a ser paga é compatível com o bolso do cliente e se a indigestão de quatro longos anos compensará.
Bom apetite!

(*) Rogério Silva tem 41 anos, é jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em Gestão Executiva e Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige as áreas de infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan e TV Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista Semanal  do Blog  www.administrandohoje.blogspot.com.br

 

26 junho 2013

O Brasil acordou


*Petrônio Hipólito

A semana de manifestações no Brasil serviu para despertar de um sentimento de indignação na população que estava escondido e abafado havia muito tempo. Um sentimento narcotizado na época do endurecimento do regime, em 1964, que eliminou vários tipos de lideranças por gerações, causando um sentimento de apatia e distanciamento da cena política, mal compreendido como a cordialidade do povo brasileiro. Voltou agora cheio de sentimento e vigor, fruto do processo de redemocratização do país e do surgimento natural de novas lideranças. 

Estive na Avenida Paulista em algumas manifestações. A primeira chamou a atenção pela violência, pelos sacos de lixo queimados, a sujeira espalhada pelo chão e a truculência da tropa de choque. Nessa a condenação da ação da polícia foi unânime. Assim, a segunda foi a mais bonita e totalmente pacífica. O fato de os policiais terem sido tirados de cena para se fazerem necessários em caso de baderna, mostrou mais uma vez que o papel da polícia sempre será o de manter a ordem e guardar o cidadão, sem o uso da violência. A manifestação, sempre apartidária, com uma enorme pauta de reivindicações ilustrada nos cartazes que cada manifestante ou grupo orgulhosamente exibia embalado por palavras de ordem.

O movimento provocou um grande desconforto nos governantes. O prefeito de São Paulo, Haddad, sem experiência política para produzir a resposta que a manifestação exigia, ficou apático e à sombra do govenador Alckmin com declarações paternalistas sobre o impacto da redução das tarifas traria no investimento em transporte público. A presidente parece que se esqueceu de seu passado e transmitiu, em rede nacional, um discurso previsível e pasteurizado. Só agora convoca os líderes da nação para um pacto pelo bem da saúde da educação?

Provocou em mim e espero ter provocado nos leitores um desconforto e uma reflexão sobre o que, de fato, é importante para cada um de nós. A luta pode ser ativa, nas ruas com cartazes, movimentos e protestos vigorosos e pacíficos, como vimos na maioria das vezes. A luta também pode ser silenciosa, um protesto íntimo que se mostra ao exterior através da mudança de atitudes e opiniões. Mas nunca deve cair no vazio.

Acorda Brasil! E reproduzindo um dos cartazes da manifestação:
Eu me revolto

Tu te revoltas

Nós SOMOS !
Até aproxima semana.

(*) Petrônio Hipólito tem 54 anos, é engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP. Especializou-se em Gestão de Sustentabilidade e em Administração (CEAG) pela FGV. É palestrante e consultor. Tem sólida experiência em Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável.

19 junho 2013

Empresas evitam Judiciário e optam pela conciliação para resolver conflitos com o cliente



*Laura Lima
Atualmente podemos afirmar que, a tendência das grandes empresas, é optar pela conciliação com seus clientes, ao invés de prosseguirem com o entrave judicial, decisão esta que, além de menos custosa, não fere a imagem da empresa.

Conforme acima afirmado, a conciliação entre empresa e consumidor além de mais barata ela traz o benefício da preservação da relação mais saudável com o cliente, fazendo com que este passe a vê-la como uma empresa que se preocupa em manter um bom relacionamento com seu público, e está antenada em aprimorar seus produtos e serviços, para evitar conflitos posteriores.

Alguns estudiosos do direito afirmam que, a causa principal desse aumento dos conflitos entre consumidor-empresa, tem relação com a expansão e popularização dos direitos do consumidor, onde as pessoas estão se dando conta de seus direitos como consumidores e trocando informações via internet com outros clientes que também encontram problemas semelhantes. Afirmam ainda que, com a troca viral de informações pela web, possibilitada pelas redes sociais, faz com que a imagem consolidada(ou não) de uma empresa seja desconstruída em segundos.

É ponto pacífico que as pessoas estão ficando mais conscientes de seus direitos, que lutam por eles sem pestanejar, e não hesitam em recorrer ao Judiciário para pedir o socorro jurisdicional e ver suas necessidades sendo atendidas.

A empresa privada é hoje, no mundo globalizado, a célula básica de produção de bens e serviços de que todos dependem, e estamos em um regime de capitalismo empresarial, onde o Estado, no geral, tem a função de regular o Mercado, mas não é o principal agente econômico, e nesse sentido, as empresas, para serem mais eficientes nas relações internas e com o Mercado, estão buscando modificar seu modo de resolver conflitos, fugindo da burocracia e da morosidade do Poder Judiciário.

Tal postura deverá ser o início de uma transformação nas relações entre fornecedor/consumidor, gerando um novo modelo social onde a complexidade do conflito no mundo contemporâneo será vivenciada em proveito de toda coletividade, contribuindo para gerar uma geração de pessoas mais equilibradas socialmente.

Nesse sentido, é de máxima importância a conciliação dos interesses de cada uma das partes envolvidas nas relações comerciais. Se por um lado é essencial que as necessidades dos consumidores sejam atendidas; por outro as empresas precisam alcançar seus objetivos, por meio de ações inteligentes, soluções inovadoras e estratégias efetivas e rentáveis.

Desta forma, é verdade uníssona que, manter-se como réu perante o Judiciário, é sempre danoso para a imagem de toda empresa, bem como muito mais custoso, haja vista o alto preço das custas judiciais e despesas com sucumbência de advogados,e também conciliar é a melhor forma de atender a necessidade de seus clientes e mantê-los fiéis a marca/empresa.

* Laura Lima Da Silva, advogada graduada em 1995 pela UESC, Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2003), e inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional da Bahia, sob nº 14.340. Atua como advogada na áreas cíveis, comerciais e consumerista.
Colunista semanal do Blog www.administrandohoje.blogspot.com.br


Gerdau estava certo



*Rogério Silva 
Em março passado, o empresário Jorge Gerdau deu uma interessante entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo e Portal UOL. O assunto, claro, era economia, política e poder. Num determinado momento, quando se tratava da necessidade de uma Reforma Política no Brasil, Gerdau mencionou o absurdo administrativo do Governo em ter 39 ministérios. Transcrevo agora, textualmente, a fala do empresário a esse respeito: “Tudo tem o seu limite. Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Então, eu diria assim, que nós, provavelmente, estamos no limite desse período”.

Gerdau estava certo. Talvez estejamos envoltos no despertar do gigante. O excesso de ministérios é apenas uma demonstração do peso da máquina quase impossível de se administrar. Não há mais espaço nos prédios da Esplanada dos Ministérios para abrigar os funcionários das 39 pastas. O inchaço tornou o Estado o maior cliente do mercado imobiliário de Brasília, alugando prédios e mais prédios para abrigar servidores.

A impressão que se tem é de um trilho infindável de cabides de emprego. A percepção disso chegou ao conhecimento internacional pela indignação das pessoas, que tomaram as ruas num dos maiores movimentos populares da história recente nacional.

No início da década de 1990, os caras-pintadas tiraram um presidente do cargo. E a mobilização atual faz aquela parecer amadora. Começou com insatisfação em relação ao preço da tarifa do transporte público e generalizou-se com a indignação quanto a tudo o que funciona mal neste país. Saúde precária, educação deficiente, custo de vida altíssimo, volta da inflação, envolvimento do Estado com obras caríssimas da Copa, não cumprimento de metas, problemas estruturais dos mais sérios e o pior de todos: A corrupção.

Como disse Jorge Gerdau, a burrice, a loucura e a irresponsabilidade foram muito longe. E o caldo entornou.

Todos procuram saber quem está por trás disso. Partidos, políticos oportunistas, a oposição, uma dissidência dentro do grupo que detém o poder há 10 anos… Até agora, a única resposta que aparece é “O Povo”.

O movimento popular não tem uma cara ou um nome. É provável que, de tanto ver os panelaços argentinos e os gritos do leste europeu, o brasileiro tenha hoje noção real de que passou anos conformado com essa situação instalada. Somos o país do jeitinho, da mão molhada, que se preocupa mais com a escalação da seleção do que com a escalação dos governantes. O país das belas praias, do carnaval, do samba e do futebol. O país da Bossa Nova, das águas quentes, onde tem índios, mulatas e muito colorido.

Passou. Os relatos lá fora são bem menos nobres. As redes sociais romperam as barreiras e fizeram o povo acordar. O gigante despertou e não está nada satisfeito com o que vê ao seu redor. Estamos com cara de panaca. Pensávamos ser espertos levando vantagem em tudo e estávamos errados. Lá fora, eles têm medo daqui. Medo de assaltos, de violência, de ser passados pra trás na corrida do táxi, na conta do restaurante, no balcão do hotel.

Encontramos o espelho no fundo do baú e estamos olhando para a nossa imagem. Estamos feios, envelhecidos e constrangidos. E chegou a hora de mudar essa imagem, sem maquiagem.

Gerdau estava certo. “Tudo tem o seu limite”. O nosso, enfim, chegou.

(*) Rogério Silva tem 41 anos, é jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em Gestão Executiva e Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige as áreas de infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan e TV Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista Semanal  do Blog  www.administrandohoje.blogspot.com.br