Tantos temas apareceram essa
semana na minha cabeça perturbada e anacrônica e fiquei até agora sem saber
sobre o que falar. Empreendedorismo, estratégia, crise (Talento – leia coluna anterior),
marketing, pessoas. São tantos assuntos palpitantes.
Mas a crise da carne me tocou. E
olha que definitivamente não sou carnívoro.
Vamos ao que interessa. Já há
alguns dias estamos sendo bombardeados por notícias relacionadas à operação
Carne Fraca. Uma verdadeira guerra na caça aos culpados. E realmente os fatos
apresentados são muito graves.
Então, eu como um velho prof. de
Estratégia e um apaixonado pelo tema começo a pensar. Duvido que essas empresas
tenham traçado isso como estratégia. São empresas que tratam o seu futuro de
maneira muito correta. Baseadas em análises de mercado, dados, pesquisas,
simulações, definições de público-alvo, reuniões intermináveis tentando traçar
a estratégia de negócio de suas Unidades Estratégicas.
De quem é a culpa então, são
milhões de reais investidos nesses negócios. Empregos comprometidos, consumidores com medo
(e com toda razão).
Algumas empresas, principalmente
as maiores tem adotado a Gestão Estratégia baseada em indicadores e ela é
realmente uma excelente alternativa de gestão. Indicadores mostram e apontam
tendências, tendências essas normalmente atreladas a metas. Algumas metas
extremamente ousadas.
Esse tipo de gestão faz com que todos os membros das
filiais ou unidades corram desesperadamente para atingir a meta na data
prevista.
A falta de ética é a resposta
para essa busca por culpados. E não os indicadores. Entretanto as organizações
devem primar pela ética acima de tudo. E não atingir indicador por indicador.
Em Gestão estamos muito atrelados aos resultados, mas os fins não justificam os
meios. Respeito ao ser humano deve estar acima de tudo.
A falta de alinhamento entre a
estratégia organizacional está atrelada às ações desses gestores
irresponsáveis. É preciso que tenhamos em mente os valores da empresa em que
trabalhamos. Vestir a camisa, como velho jargão, não é tão simples assim, é
preciso viver a missão, a visão e os valores da empresa.
Respeito é o que os consumidores
precisam e esse respeito deve ser trabalho em todos os níveis hierárquicos, mesmo
quando cobramos metas e indicadores. Nós enquanto gestores devemos sempre
lembrar aos nossos pares que honestidade é e deve ser o foco de toda e qualquer
empresa que busca reconhecimento e sucesso.
De nada adianta atingirmos lucro
pelo lucro, deixando nossas bases vulneráveis. E agora?
Agora todo o trabalho de pessoas
sérias que compõem essas empresas investigadas está sendo questionado, por
causa das ações de um grupo investigado. Como recuperar o tempo e o dinheiro
perdido e investido. Ações de marketing? Talvez, reputação não se recupera
assim tão fácil.
A Imagem organizacional dessas
empresas está totalmente destruída. Então meus amigos, ao adotarmos
estrategicamente a Gestão por Indicadores, devemos também mostrar aos nossos
colaboradores que não adianta atingirmos esses números se não tivermos respeito
aos seres humanos.
Luciano Dias – 41 anos, administrador, mestre em Cultura e Turismo pela UESC, coordenador dos cursos de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, Logística e Redes de Computadores. Docente de diversas especializações atuando com temas de Gestão de Pessoas, Liderança, Estratégia Empresarial, Logística e Docência Superior.