*Petrônio Hipólito
Caros
leitores, vou escrever hoje sobre como as boas práticas de responsabilidade
social servem para dar valor às empresas.
Hoje, a
medição de resultados de uma empresa é um método sofisticado e que usa inúmeros
parâmetros. Além dos números contábeis tradicionais vindos da análise de
balanço e vários outros demonstrativos econômicos, outros indicadores de uma
área que se convencionou chamar de sustentabilidade, auxiliam na indicação de fatores
de desempenho empresarial nas áreas ambiental e social, formando, juntamente
com a dimensão econômica, o que se chama em inglês de triple bottom line, o tripé da sustentabilidade que serve para
medir o resultado das empresas em termos sociais, ambientais e econômicos.
As bolsas de
valores são o mercado onde se compram e vendem as ações das empresas de capital
aberto. As ações indicam o valor das empresas e sua negociação é reportada em
publicações especializadas. Uma das empresas que publica, nos Estados Unidos,
jornais financeiros com o valor de negociação das ações é uma editora chamada
Dow Jones & Company. Uma das publicações denomina-se Dow Jones Sustainability Index ou Índice Dow Jones de Sustentabilidade.
Esse índice foi criado em 1999 e mede anualmente o desempenho de 2.500
indústrias que tem ações na Bolsa de Valores. É baseado na análise do
desempenho econômico, ambiental e social dessas empresas, avaliando aspectos
como governança corporativa, gerenciamento de risco, marcas, mitigação de
mudanças climáticas, cadeia de suprimentos e práticas trabalhistas, além de
aspectos específicos para determinados setores da indústria.
Após o DJSI,
o segundo a ser lançado, em 2001, foi o FTSE4Good da Bolsa de Londres, e o
terceiro, em 2003, foi o JSE, de Joanesburgo, África do Sul. No Brasil, a
BM&FBOVESPA criou em 2005 o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), o
quarto do mundo, que tem a mesma função de ranquear as empresas que utilizam
normas e padrões de sustentabilidade nos negócios.
A análise histórica
desses vários índices mostra informações convergentes no sentido de comprovar
ganhos financeiros superiores que as empresas ranqueadas apresentam frente ao
grupo de controle. Além do ganho financeiro, as empresas que aderem
voluntariamente às ações de sustentabilidade apresentam outros ganhos como
vantagem competitiva, inovação, ganho reputacional e acesso ao conhecimento.
São vantagens intangíveis ou não mensuráveis, mas que colocam as empresas com
frequência na liderança de seus setores de atuação.
Boa semana a
todos e até a próxima terça-feira.
(*)
Petrônio Hipólito tem 54 anos, é engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP. Especializou-se
em Gestão de Sustentabilidade e em Administração (CEAG) pela FGV. É palestrante
e consultor. Tem sólida experiência em Responsabilidade Social e
Desenvolvimento Sustentável.
Colunista
Semanal do Blog www.administrandohoje.blogspot.com.br
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