*Rogério Silva
Pessoas metódicas como eu
sofrem quando deixam pra depois alguma responsabilidade. Lá no primeiro ano de
faculdade aprendemos 4 letrinhas que vão nos perseguir por toda vida: PDCA –
Planejar, Dirigir, Controlar, Agir. Fugir disso é pagar um preço, seja ele alto
ou baixo, por algo que saiu do nosso comando.
A administração não é
ciência exata. Há quem defenda que sequer é ciência. Pra não entrar nesse
mérito vamos denominá-la de Estudo. Este estudo humano, que nos habituamos a
encarar apenas no plano profissional, equivocadamente, margeia nosso dia a dia.
A casa da gente é um excelente laboratório para aplicar um PDCA.
Vá até a cozinha ou à
dispensa. Abra as portas dos armários. Veja o que está faltando para a sua
higiene pessoal, alimentação, limpeza doméstica, etc. O que você costuma fazer
após isso? Uma lista de compras, certamente. De posse dela, você vai ao
supermercado, ao açougue, à padaria, drogaria, etc.
Chegando das compras, isso
tudo será desembalado, alguns dos itens serão lavados, armazenados. Para determinadas
pessoas “neuróticas” como eu, vai haver uma outra lista, esta com anotações
sobre o que há de adquirido nessas compras, que podemos chamar de controle de
estoque. À medida que os produtos forem sendo consumidos, haverá uma anotação
qualquer ao lado do item: um X ou um risco.
Coordenar tudo isso dentro
de casa é simples quando se mora sozinho. Porém, ao conviver com outras
pessoas, a tarefa não é tão simples. A sua empregada pode não ter a disciplina
que você pratica. Os filhos podem encarar seus métodos como uma chatice e não
colaboram. A esposa até acha tudo muito bonitinho, com papeis coloridos
pregados na porta da geladeira e rabiscos pra lá e pra cá a cada vez que um
pacote de biscoito é aberto, mas fica só na admiração e também não contribui
muito.
Gerir uma Organização, seja
ela familiar ou empresarial, é aplicar o PDCA constantemente, em atividades
separadas e no conjunto. Sabendo, claro, que haverá adesão ou não dos outros.
Em geral, a equipe é o espelho de seu líder. Os 84 que trabalham comigo talvez
não tenham o mesmo tipo de “neurose” com organização. É possível que uns sejam
mais atentos a isso, outros menos. Mas pela lei da seleção natural, ficam os
que superam esse desafio e acabam se identificando com esse tipo de gestão, que
sob o meu ponto de vista, ao menos, funciona.
A propósito, quando falei lá
no início acerca de pagar preços por alguma falha no PDCA, quero explicar, de
forma prática, o que ocorreu comigo esta semana: Tenho compromisso de entregar
meus artigos todas as terças-feiras para este blog, para que sejam revisados e
publicados às quartas. Em geral o escrevo nos fins de semana. Num rompante de
pensar, “deixa pra depois”, acompanhado de um “mais tarde cuido disso”, emendei
com uma viagem exaustiva de trabalho na segunda-feira e com uma terça-feira
acumulada de pendências na empresa. Resultado: Sacrifiquei o meu horário de
academia de manhã cedinho na quarta para honrar o compromisso da escrita.
O preço dessa vez foi
módico, mas houve a cobrança. Estou pagando a fatura.
Não se iluda. Em algum
momento, negligenciar vai lhe custar algo. Pratique isso na sua rotina e meça
obrigações e desempenho pela régua do PDCA. O resultado é surpreendente. Até a
próxima.
(*) Rogério Silva tem 41 anos, é
jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em Gestão Executiva e
Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige as áreas de
infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan e TV
Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista Semanal
do Blogwww.administrandohoje.blogspot.com.br
PS:
Alguns autores consideram o acrônimo PDCA como Plan (Planejar) – Do (Fazer) –
Check (Verificar) e Act (Agir)
Nenhum comentário:
Postar um comentário