Por Anderson Rocha para o RH.com.br
Sempre durante a realização dos cursos, workshops e palestras sobre o
tema liderança, faço a seguinte pergunta aos participantes: "Qual é a
parte mais importante do corpo humano?". Geralmente, as respostas mais
comuns são: coração e o cérebro. Então, eu questiono! O corpo sobrevive
só com esses dois órgãos? E prossigo, dizendo: o corpo vive sem o
fígado, mesmo sendo menor do que o coração? Consegue viver sem os
pulmões e os rins? Todos os órgãos precisam funcionar em harmonia para
que o corpo não adoeça. Assim é uma organização, onde todas as pessoas
têm o seu valor e a sua importância, independente de sua posição, função
ou área de atuação, todas as pessoas são valiosas e devem ser
valorizadas e respeitadas.
Mas como fazer com que as pessoas sintam-se valorizadas e motivadas?
Essa é outra pergunta bem comum. Digo que devemos sempre observar,
enxergar e escutar mais, conhecendo e respeitando as individualidades e
construindo com elas. Cada pessoa requer uma estratégia certa para que
se consigam os melhores resultados, tornando fundamental para isso,
entender seus comportamentos de modo a potencializar suas competências.
Torna-se, ainda, necessário para que isso aconteça que os verdadeiros
líderes entrem em ação.
Infelizmente boa parte das empresas no Brasil ainda não possui
programas consistentes e contínuos de desenvolvimento de líderes.
Segundo o levantamento Best Companies for Leadership, da
consultoria global de Gestão de Negócios, Hay Group, que apurou as 20
melhores empresas em liderança ao redor
do mundo, ou seja, o TOP 20
mundial (onde as três primeiras são a General Electric, a Procter &
Gamble e a IBM), os executivos entrevistados colocaram o desenvolvimento
de novas lideranças como a grande prioridade das empresas.
Já no Brasil, a realidade é bem diferente. Pesquisa realizada pelas
consultorias Empreenda e HSM, constataram que 71% dos entrevistados
acreditam que não contam com líderes suficientes para sustentar as
estratégias das suas empresas nos próximos anos.
Outro levantamento realizado pela Robert Half, especializada em
recrutamento, destacou que 64,2% dos entrevistados revelaram que suas
empresas não possuem programas sistemáticos para identificar e
desenvolver líderes.
Observo em minhas pesquisas muitas empresas promovendo bons
colaboradores para cargos de liderança sem o mínimo preparo para exercer
essa nova atividade. E infelizmente, boa parte dessas empresas perde
bons colaboradores e ganha péssimos chefes. Mas, por que isso acontece?
Geralmente, esses bons colaboradores entendem muito bem de coisas e para
liderar é fundamental que se entenda de gente, ou seja, torna-se
necessário o desenvolvimento e o aprimoramento de competências humanas
ou comportamentais.
É importante salientar que os líderes não nascem prontos. A liderança
é uma habilidade desenvolvida e refinada e que pode ser aprendida por
qualquer um. Por isso, a formação e o desenvolvimento contínuo de
líderes deve ser uma grande prioridade das empresas brasileiras,
independente do seu ramo de atuação.
O processo de se tornar um verdadeiro líder é árduo, embora altamente
recompensador; um caminho de contínuo aprendizado, onde o
autoconhecimento e o autodesenvolvimento devem ser seus companheiros
inseparáveis. Precisamos de líderes que inspirem e sejam verdadeiros
exemplos.
Como diz John C. Maxwell (autor de diversos livros na área de
liderança e grande estudioso do assunto): "Tudo começa e termina na
liderança". Isso significa que os líderes inevitavelmente melhoram ou
complicam a vida das pessoas.
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