*Rogério Silva
A popularidade da presidente Dilma despencou. Os petistas
apressados já falam em lançar Lula candidato. Em São Paulo, a popularidade de
Alckmin também despencou. Mas ele ainda é forte à reeleição no ano que vem para
o governo paulista. Porém, as projeções indicam que, se antes ele ganharia até
de Lula, hoje o cenário é de segundo turno.
E então? Lula em Brasília ou Lula em São Paulo? Não tem Lula
em estoque para os dois banquetes. Vai faltar candidato imbatível em algum
lugar ou nos dois, já que o dito cujo garante todos os 9 dedos das mãos que não
disputará eleição ano que vem.
A manifestação generalizada que tomou as ruas nas últimas
semanas abalou não um ou outro político, mas a classe inteira, já desacreditada
no Brasil por episódios que conhecemos de cor. A coisa ficou mais feia ainda
quando o povo percebeu que é só apertar um pouquinho que o político cede. Baixa
preço de ônibus, fala em Reforma Política, propõe plebiscito para ouvir o
clamor popular e destina dinheiro sagrado do petróleo para saúde e educação.
Precisava tudo isso para tomar uma atitude?
O sentimento agora é que a coisa funciona no grito, no berro.
Ou, na pior das situações, no quebra-quebra. Uma pena!
Voltando à tempestade sombria que paira sobre a cabeça dos
políticos, têm uns se fingindo de mortos. Não vão às ruas, não aparecem na tv e
assistem ao jogo de futebol pela televisão. Melhor evitar, vai que…
Com Dona Dilma abatida em 30% de popularidade, a expectativa
agora é aguardar pelos fatos novos – se é que virão – anexados a outras pesquisas
Ibope e Datafolha. Essas pesquisas nunca geraram tanta expectativa. O João
Santana, marqueteiro do Planalto, ameniza. Chuta que em 3 ou 4 meses a
popularidade da presidente se restabeleça. Do lado tucano, nenhuma previsão
semelhante ainda foi feita sobre o governador de São Paulo.
Fato é que faltam cartas na manga. Periga pintar algum
fenômeno saído do nada para pousar de salvador da Pátria. Em 1989 a crise era
tamanha, que o brasileiro abraçou a primeira novidade que apareceu. O perfil
novo e arrojado do “caçador de marajás” encantou a massa descrente no que
estava posto. E olha que foi uma eleição única, sem paralelos, com mais de 20
candidatos, dentre eles medalhões como o Dr. Ulisses, o ex-vice-presidente
Aureliano Chaves, Mário Covas e até, de passagem, Silvio Santos. Deu Collor, um
desconhecido até bem pouco tempo.
E se a presidente chegar enfraquecida à campanha do ano que
vem? E se Lula não tiver saúde para disputar eleição alguma? E se o povo não
surfar na ideia do mineiro Aécio, do pernambucano Eduardo Campos ou da
ambientalista Marina?
Peça o cardápio e seja exigente. Com ou sem frutos do mar no
menu, certamente haverá sugestões do chef. Resta saber se a conta a ser paga é
compatível com o bolso do cliente e se a indigestão de quatro longos anos
compensará.
Bom apetite!
(*)
Rogério Silva tem 41 anos, é jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em
Gestão Executiva e Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige
as áreas de infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan
e TV Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista
Semanal do Blog www.administrandohoje.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário