18 abril 2013

A importância da empresa


* Nizan Guanaes

No fim do ano passado, fui ao Japão ver o Corinthians ganhar o título mundial e depois tive um tempinho para viajar pelo país. O tempo foi curtíssimo, mas suficiente para perceber o orgulho que o Japão tem por suas empresas.
Minha guia dizia com indisfarçável satisfação que a cidade tal era sede da Honda, a cidade tal era sede da Toyota. Ela tinha, especificamente, uma admiração extraordinária pela Honda, como se fosse um laço familiar.
Lamentavelmente, não vejo isso ser construído no Brasil, esse país capitalista que não sai do armário e onde a palavra lucro ainda é palavrão.
Tudo em nossa língua traz tom pejorativo à nossa relação com o dinheiro. Aqui se ganha dinheiro, nos Estados Unidos, faz-se dinheiro ("you make money"). As pessoas que querem me ofender dizem que eu só penso em trabalho.
A empresa no Brasil é submetida a um verdadeiro corredor polonês de impostos, regulações e leis. Se sobreviver, terá sua margem de lucro tutelada.
Há ainda em muitos setores restrições atávicas ao empresariado. Mas não se pode inverter o papel da empresa, esperando que elas e os empresários exerçam o papel do Estado e da família.
Não é a publicidade de cerveja que deve ensinar que as pessoas bebam com moderação (embora eu defenda os alertas feitos nas campanhas), nem é o McDonald's que deve combater a obesidade infantil. A propaganda tem que fazer o papel da propaganda, e a sociedade civil tem que fazer o papel da sociedade civil. A propaganda não deve deseducar, claro, mas educar não é sempre o seu papel principal.
A empresa no Brasil é assim uma sobrevivente diante de uma quantidade avassaladora de restrições e preconceitos.
E, se o empresário conseguir sobreviver a tudo isso, ainda deve esconder a todo custo seu progresso para não atrair olho gordo, já que sucesso no Brasil é quase uma ofensa pessoal.
Mas, sem Olavo Setubal e sem Amador Aguiar, sem Naturas, Grendenes, Havaianas e Ipirangas, não se faz um país, como o Japão da Toyota, os Estados Unidos da Apple, a Coreia do Sul da Samsung, a França da Chanel, a Itália da Fiat.
O sistema bancário brasileirodeve ser fonte de orgulho do país. Sua solidez na última grande crise financeira global mostrou competência.
Foram as empresas brasileiras que geraram os milhões de empregos dos últimos anos e que nos trouxeram a esse patamar inédito de praticamente pleno emprego.
Essas empresas e o espírito empreendedor de seus líderes transformaram e transformam a vida da população e mudam a cara do país.
Estou a dez anos construindo meu grupo empresarial. Tenho hoje um bom patrimônio. Mas praticamente tudo o que eu tenho está dentro do grupo, investido em seus talentos e projetos. Fazer leva tempo. E o empresário nunca pensa no curto prazo. Ele tem que pensar longe, crescer com o Brasil.
Administrar uma empresa, como viver, é errar e consertar rápido. Melhor é aprender com os erros dos outros. Mas, se errar, erre rápido. Como disse Juscelino Kubitschek, com erro não há compromisso.
Há compromisso com os talentos, com a meritocracia, com a comunidade e com o país. Porque não adianta apenas o necessário compromisso com o lucro líquido.
É preciso que a empresa produza também orgulho líquido. E criar orgulho é mais difícil do que criar lucro. Esse desafio enorme deve servir como novo combustível para impulsionar nossas empresas e consolidá-las como o grande vetor do desenvolvimento.
É na empresa que prosperam a inovação, a produção e o emprego. Ela é a forma mais eficiente de organizar e desenvolver o nosso potencial.
Está na hora de disseminar um posicionamento pró-empresas no Brasil. Elas só podem ser pró-funcionário, pró-pai de família, pró-mãe, pró-comunidade, pró-cidade, pró-Estado, pró-país. Mais do que do empresário, a empresa é do Brasil.
Se a figura símbolo do velho Brasil era o especulador, o símbolo do Brasil novo deve ser o empresário ou a empresária. Aquele brasileiro que, por meio de sua empresa, ajuda a construir o país.

Nizan Guanaes publicitário baiano, é dono do maior grupo publicitário do país, o ABC. Escreve às terças-feiras, a cada duas semanas, no caderno 'Mercado' da Folha de São Paulo.

A liderança e o trabalho em equipe.

 Nunca se falou tanto sobre a importância do trabalho em equipe como agora. A procura por indivíduos que tenham habilidade para trabalhar em conjunto é cada vez maior, sendo apontada como uma competência essencial.Equipe não é somente o conjunto de pessoas que atuam juntas num determinado projeto, cada qual na sua função. O significado é mais profundo: a ideia é que cada integrante saiba qual é a sua parte no grupo, mas que leve em consideração o todo, valorizando o processo inteiro e colaborando com ideias e sugestões. E o resultado da meta estabelecida, seja num projeto empresarial, num grupo voluntário ou numa sala de aula, não é mérito somente do líder. É mérito de todos!

 Faz parte do ser humano o sentimento de pertencer, integrar algo maior que ele próprio e assumir um ideal comum. Portanto, cada integrante de uma equipe precisa ter consciência de que seu trabalho é importante para seu grupo e se sentir valioso para ele.Trata-se de uma sensação de comunidade em que todos se conhecem, se encaixam, se sentem seguros e amadurecem. Manter uma equipe coesa, no entanto, não é tarefa das mais fáceis. Afinal, trata-se de lidar com seres humanos e saber conciliar suas diferenças.

 Tomemos como exemplo o corpo humano. É uma perfeita equipe! Cada órgão tem o seu funcionamento, mas se um deles apresenta algum problema, todo o organismo se estrutura para funcionar da melhor forma possível, tentando minimizar a situação e se esforçando para encontrar um caminho para solucioná-la.

Equipe é isso. Ela tem um líder natural, mas também tem de ter tripulantes e não passageiros. Os passageiros apenas ficam encostados à janela do avião, esperando a aterrissagem. Já os tripulantes colaboram para o sucesso da aterrissagem, porque cada um tem a sua função também. E todas elas são peças fundamentais para que esse avião possa decolar e aterrissar.

O dia-a-dia nos toma tanto tempo que corremos o risco de deixar passar chances únicas em nossas vidas. Temos de ser e não esperar ser, ou seja, as pessoas têm de estar dispostas, principalmente para discutir diferentes assuntos. Além disso, é necessário que cada um tenha também flexibilidade, capacidade de tratar as informações racionalmente e emocionalmente.

Emocionalmente porque todos nós teremos de aprender, daqui para frente, a liderar e sermos liderados por dois princípios: o masculino (como sempre foi) e o feminino, que vem se destacando nas relações interpessoais, principalmente, no trabalho em equipe e na importância da intuição também nos negócios.
Isso habilita a pessoa a aceitar críticas honestas e opiniões conflitantes, ou seja, dá mais jogo de cintura e flexibilidade para receber e dar feedback.

Equipes que encorajam esse tipo de prática vão aproveitar ao máximo as habilidades individuais de seus membros. E se quisermos que as nossas equipes sejam melhores e cumpram os seus objetivos, cada integrante deve se preparar para ser, individualmente, o melhor.

Mas, há um fator extremamente importante também e que poucos discutem. Como é a vida de um líder diante disso? O líder, o chefe, o supervisor, enfim, aquele que estiver no comando do negócio ou da ação, geralmente não é visto como alguém que também tem fraquezas, medos, incertezas e que tem em suas mãos o destino de cada membro da equipe e dos negócios. Muitas vezes ele é visto como o tirano, como o que tem problemas em casa, o que não sabe se relacionar com o resto do mundo, o intransigente, o mal-amado, o egoísta, o marionete da empresa.

No fundo, ele é como qualquer ser humano, e ainda tem seu pescoço à disposição da empresa, caso a equipe não consiga atingir suas metas. Viver sob este tipo de pressão, diariamente, não é nada fácil, e se ainda tem de motivar, controlar e solucionar até problemas de relacionamento dentro de uma equipe, imagine como é o comportamento dessa pessoa.

Você que é líder, veja um pouco mais sobre o que é ser líder e perceba as oportunidades, pois como diria Napoleão Bonaparte: “A capacidade pouco vale sem a oportunidade!”

  • Mantenha-se sempre receptivo à mudança. Tratá-la como sua inimiga o fará fracassar;
  • Mantenha seus colaboradores envolvidos com as mudanças, tanto quanto você estiver. Elas podem ser vencidas com muito trabalho e inteligência, desde que todos estejam juntos;
  • Encare sua realidade, seus desafios e problemas. Só assim é possível virar o jogo;
  • Gerencie menos. Assim você delega tarefas, instaura a confiança e o respeito ao trabalho dos outros e terá tempo para se dedicar aos assuntos mais importantes.
  • O bom humor e a educação são fundamentais para qualquer ambiente organizacional. Isso proporciona um ambiente leve, produtivo e criativo;
  • Estimule a criatividade e abra caminho para receber ideias, sugestões e críticas. Isso é crucial para o futuro dos negócios;
  • Faça elogios, reconheça o bom desempenho dos membros de sua equipe. Assim a equipe se tornará mais motivada, unida e comprometida com os desafios e resultados.
  • Não tema contrariar o senso comum. Decisões ousadas, que sejam baseadas na realidade da empresa, mercado ou negócios, são o caminho para o sucesso.
  • Trate bem as pessoas e dê oportunidade para que sejam ouvidas e se sintam dignas e pertencentes à empresa. Dessa maneira você multiplicará líderes!
  • Um líder deve ser humilde. Só assim ele terá chances de ser um bom líder.