20 março 2013

Tom Peters


Os 6 conselhos de Ram Charan para transformar estratégias em resultados

Fonte: Revista Exame
São Paulo – No papel, todas as estratégias são vencedoras – mesmo porque, em alguns casos, elas nem saem da prancheta. Mas o que diferencia as empresas e os executivos bem-sucedidos dos que vão para a vala comum dos powerpoints é sua capacidade de transformar estratégias em resultados efetivos.

Como? Para Ram Charan, um dos maiores papas da gestão mundial, há seis passos para que belas e ambiciosas palavras tornem-se conquistas palpáveis, como lucros e geração de valor para os acionistas.
Charan é consultor de importantes empresas, como GE, Novartis e DuPont, o especialista esteve de passagem pelo Brasil. Veja, a seguir, seus conselhos:

1 – Olhe para o horizonte
Um dos segredos das companhias mais bem-sucedidas, segundo Charan, é estar sempre de olho nas tendências externas. “Seja qual for o seu modelo de negócio, descobrir tendências e olhar para fora sempre pode trazer bons resultados. A internet hoje facilita muito as coisas, mas precisamos ficar atentos e olhar sempre fora da ótica dos outros. Por isso, seja global”.

2 – Estabeleça prioridades sensatas (e não muitas)
Tenha apenas de três a cinco prioridades dominantes. Se você conseguir detectar quais são elas com clareza, com certeza, vai conseguir reverter isso em resultados. “Bill Gattes, da Microsoft, quando começou tinha apenas uma prioridade: um computador para cada um dos seus funcionários e, a partir daí, as coisas começaram a funcionar com eficiência”.

3 – As pessoas certas precisam estar nos lugares certos
Nunca contrate alguém que não saiba jogar em equipe. Um líder não precisa ser perfeito e certamente não será. Mas os funcionários precisam estar felizes e satisfeitos. “Por isso, as pessoas precisam estar à vontade. Se você conseguir reduzir ao máximo as pessoas erradas nos lugares certos já é outro passo importante”.

4 – Aprenda a unir pessoas, estratégias e operações
Procure sempre ligar pessoas, estratégias e orçamentos. Neste caso, faça sempre duas perguntas: se a estratégia vai decolar e como mudar o orçamento para o ano seguinte. “Uma das maiores livrarias americanas, a Borders, está falida e a Amazon tem responsabilidade nisso. Ela teve sucesso porque conseguiu reduzir os custos investindo em software e se tornando uma empresa global e não apenas americana, como a Borders”.

5 – Sempre avalie seu desempenho de tempos em tempos
Seja engajado e avalie periodicamente os resultados da sua companhia. Se eles não vão muito bem, procure descobrir as verdadeiras razões que levaram a isso e corrigi-las.

6 – Execute
A execução não é uma ciência dificílima, mas requer muito treino para se atingir a prática. Temos empresas como a Apple, Amazon e até brasileiras, como Natura e Ambev, que fazem isso muito bem. “Execução faz toda a diferença e tem que ser 80% do negócio. Temos uma pista de decolagem enorme e as empresas globais são as mais maravilhosas nesse quesito”.


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*Karim Midlej Hafush

A expressão em latim nosce te ipsum (conhece-te a ti mesmo) é interpretada de diversas formas nas diferentes áreas de conhecimento. Na visão mitológica, é a inscrição no oráculo de Delfos atribuída aos Sete Sábios e buscava o conhecimento do presente e do futuro. Quando a interpretamos segundo a filosofia socrática, chegamos à conclusão de que é uma referência na busca não só do autoconhecimento, mas também na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude. Podemos também buscar a significação da frase na ótica administrativa, especialmente na área de recursos humanos quando tratamos de um assunto bastante comum na hora da seleção de pessoal: o talento.

Muitas vezes pensamos num conceito errôneo de talento, e essa interpretação incerta faz com que criemos um bloqueio na identificação pessoal de nossas qualidades, depreciando-nos, enganados de que apenas as celebridades ou pessoas de sucesso o possuem. Ledo engano! A boa notícia é que todos nós temos talentos, somos dotados de uma aptidão, um dom, de forma inata. E podemos dizer que ele representa a capacidade especial para realizar alguma coisa que só nós temos. E nos remete a uma sensação de prazer quando o colocamos em prática. Após essa definição mais elucidativa e esclarecedora acerca do assunto, precisamos agora ir ao segundo ponto: a identificação dos nossos talentos para a exploração máxima do nosso potencial.

Para iniciarmos o processo de identificação dos nossos talentos, precisamos conhecer alguns fatores que nos ajudarão nesse trabalho, dentre eles veremos a Potencialidade, a Facilidade, a Energia e a Percepção.

A Potencialidade é representada através de algo que você sempre tenha sabido fazer, não é o que aprendeu, mas o que lhe é inato, não importando quando desenvolveu ou descobriu esse talento. Apenas verifique a condição de como sabe fazer bem. Já a Facilidade é representada através de algo que é fácil de realizar, sem que você perceba dificuldades. Uma dica é que você sempre utilize a sensibilidade para perceber o quanto isso é fácil de ser realizado com sucesso e o resultado sempre fica bom. Quanto ao quesito Energia, posso dizer que quanto mais energia se gasta em uma tarefa, menos talento para execução se tem, por isso é importante a Percepção, que é nesse conceito duplamente significativa, pois quando temos a percepção de que definitivamente algumas qualidades não são talentos podemos diferenciá-las. Essa é a percepção crítica. E quando temos a percepção de quanto isso é valorizado, percebido e enxergado pelos outros, temos a percepção valorativa.

Através da análise desses fatores (PFEP) você já conseguiu identificar alguns de seus talentos, porém o uso de outras ferramentas te ajudarão ainda mais, como por exemplo, definir o que você gosta de fazer, o que você sente prazer em realizar. Um grande problema do ser humano, e sempre digo isso em minhas palestras, é ser cada vez mais medíocre, desperdiçando energia, querendo melhorar seus pontos fracos em vez de apoiar-se nos pontos fortes e procurar ser o melhor naquilo que gosta e sabe fazer.
Abaixo um pequeno exercício que te ajudará na identificação do seu talento.


Lembre-se tanto quanto puder, o que você fazia realmente quando criança. Em quê, com quê e em que situação?

Como você era tratado pelas pessoas com que convivia? Você era valorizado por elas?

Quais as suas principais qualidades que podem virar talento?

Quais os seus talentos?

Exemplifique como 2 pessoas que te conhecem, te apresentariam em poucas palavras para duas desconhecidas.


Ao executar esse exercício de autoconhecimento, procure ser o mais compreensível consigo mesmo e justo com as repostas. Daí então pode começar a comemorar os seus talentos.
Tenha um excelente dia!
(*) Karim Midlej Harfush tem 40 anos, é Administrador de Empresas, consultor e palestrante. Empresário desde 1998 na área de telefonia e informática, Professor universitário das disciplinas Marketing, Planejamento Estratégico,  Gestão de Empresas Familiares e Teoria Geral da Administração - Colunista semanal e Gestor do Blog www.administrandohoje.blogspot.com.br