03 abril 2013

A confusão da confusão de não se organizar



*Rogério Silva
Pessoas metódicas como eu sofrem quando deixam pra depois alguma responsabilidade. Lá no primeiro ano de faculdade aprendemos 4 letrinhas que vão nos perseguir por toda vida: PDCA – Planejar, Dirigir, Controlar, Agir. Fugir disso é pagar um preço, seja ele alto ou baixo, por algo que saiu do nosso comando.

A administração não é ciência exata. Há quem defenda que sequer é ciência. Pra não entrar nesse mérito vamos denominá-la de Estudo. Este estudo humano, que nos habituamos a encarar apenas no plano profissional, equivocadamente, margeia nosso dia a dia. A casa da gente é um excelente laboratório para aplicar um PDCA.

Vá até a cozinha ou à dispensa. Abra as portas dos armários. Veja o que está faltando para a sua higiene pessoal, alimentação, limpeza doméstica, etc. O que você costuma fazer após isso? Uma lista de compras, certamente. De posse dela, você vai ao supermercado, ao açougue, à padaria, drogaria, etc.

Chegando das compras, isso tudo será desembalado, alguns dos itens serão lavados, armazenados. Para determinadas pessoas “neuróticas” como eu, vai haver uma outra lista, esta com anotações sobre o que há de adquirido nessas compras, que podemos chamar de controle de estoque. À medida que os produtos forem sendo consumidos, haverá uma anotação qualquer ao lado do item: um X ou um risco.

Coordenar tudo isso dentro de casa é simples quando se mora sozinho. Porém, ao conviver com outras pessoas, a tarefa não é tão simples. A sua empregada pode não ter a disciplina que você pratica. Os filhos podem encarar seus métodos como uma chatice e não colaboram. A esposa até acha tudo muito bonitinho, com papeis coloridos pregados na porta da geladeira e rabiscos pra lá e pra cá a cada vez que um pacote de biscoito é aberto, mas fica só na admiração e também não contribui muito.

Gerir uma Organização, seja ela familiar ou empresarial, é aplicar o PDCA constantemente, em atividades separadas e no conjunto. Sabendo, claro, que haverá adesão ou não dos outros. Em geral, a equipe é o espelho de seu líder. Os 84 que trabalham comigo talvez não tenham o mesmo tipo de “neurose” com organização. É possível que uns sejam mais atentos a isso, outros menos. Mas pela lei da seleção natural, ficam os que superam esse desafio e acabam se identificando com esse tipo de gestão, que sob o meu ponto de vista, ao menos, funciona.

A propósito, quando falei lá no início acerca de pagar preços por alguma falha no PDCA, quero explicar, de forma prática, o que ocorreu comigo esta semana: Tenho compromisso de entregar meus artigos todas as terças-feiras para este blog, para que sejam revisados e publicados às quartas. Em geral o escrevo nos fins de semana. Num rompante de pensar, “deixa pra depois”, acompanhado de um “mais tarde cuido disso”, emendei com uma viagem exaustiva de trabalho na segunda-feira e com uma terça-feira acumulada de pendências na empresa. Resultado: Sacrifiquei o meu horário de academia de manhã cedinho na quarta para honrar o compromisso da escrita.

O preço dessa vez foi módico, mas houve a cobrança. Estou pagando a fatura.

Não se iluda. Em algum momento, negligenciar vai lhe custar algo. Pratique isso na sua rotina e meça obrigações e desempenho pela régua do PDCA. O resultado é surpreendente. Até a próxima.

(*) Rogério Silva tem 41 anos, é jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em Gestão Executiva e Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige as áreas de infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan e TV Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista Semanal do Blogwww.administrandohoje.blogspot.com.br

PS: Alguns autores consideram o acrônimo PDCA como Plan (Planejar) – Do (Fazer) – Check (Verificar) e Act (Agir)

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