04 julho 2013

VAI FALTAR “LULA” NO CARDÁPIO

*Rogério Silva
A popularidade da presidente Dilma despencou. Os petistas apressados já falam em lançar Lula candidato. Em São Paulo, a popularidade de Alckmin também despencou. Mas ele ainda é forte à reeleição no ano que vem para o governo paulista. Porém, as projeções indicam que, se antes ele ganharia até de Lula, hoje o cenário é de segundo turno.
E então? Lula em Brasília ou Lula em São Paulo? Não tem Lula em estoque para os dois banquetes. Vai faltar candidato imbatível em algum lugar ou nos dois, já que o dito cujo garante todos os 9 dedos das mãos que não disputará eleição ano que vem.
A manifestação generalizada que tomou as ruas nas últimas semanas abalou não um ou outro político, mas a classe inteira, já desacreditada no Brasil por episódios que conhecemos de cor. A coisa ficou mais feia ainda quando o povo percebeu que é só apertar um pouquinho que o político cede. Baixa preço de ônibus, fala em Reforma Política, propõe plebiscito para ouvir o clamor popular e destina dinheiro sagrado do petróleo para saúde e educação. Precisava tudo isso para tomar uma atitude?
O sentimento agora é que a coisa funciona no grito, no berro. Ou, na pior das situações, no quebra-quebra. Uma pena! 
Voltando à tempestade sombria que paira sobre a cabeça dos políticos, têm uns se fingindo de mortos. Não vão às ruas, não aparecem na tv e assistem ao jogo de futebol pela televisão. Melhor evitar, vai que…
Com Dona Dilma abatida em 30% de popularidade, a expectativa agora é aguardar pelos fatos novos – se é que virão – anexados a outras pesquisas Ibope e Datafolha. Essas pesquisas nunca geraram tanta expectativa. O João Santana, marqueteiro do Planalto, ameniza. Chuta que em 3 ou 4 meses a popularidade da presidente se restabeleça. Do lado tucano, nenhuma previsão semelhante ainda foi feita sobre o governador de São Paulo.
Fato é que faltam cartas na manga. Periga pintar algum fenômeno saído do nada para pousar de salvador da Pátria. Em 1989 a crise era tamanha, que o brasileiro abraçou a primeira novidade que apareceu. O perfil novo e arrojado do “caçador de marajás” encantou a massa descrente no que estava posto. E olha que foi uma eleição única, sem paralelos, com mais de 20 candidatos, dentre eles medalhões como o Dr. Ulisses, o ex-vice-presidente Aureliano Chaves, Mário Covas e até, de passagem, Silvio Santos. Deu Collor, um desconhecido até bem pouco tempo.
E se a presidente chegar enfraquecida à campanha do ano que vem? E se Lula não tiver saúde para disputar eleição alguma? E se o povo não surfar na ideia do mineiro Aécio, do pernambucano Eduardo Campos ou da ambientalista Marina?
Peça o cardápio e seja exigente. Com ou sem frutos do mar no menu, certamente haverá sugestões do chef. Resta saber se a conta a ser paga é compatível com o bolso do cliente e se a indigestão de quatro longos anos compensará.
Bom apetite!

(*) Rogério Silva tem 41 anos, é jornalista e administrador de empresas. Tem MBA em Gestão Executiva e Empreendedora, com extensão em liderança. Desde 2007 dirige as áreas de infraestrutura midiática e jornalismo da Rádio Educadora Jovem Pan e TV Paranaíba/Record, em Uberlândia, Minas Gerais - Colunista Semanal  do Blog  www.administrandohoje.blogspot.com.br

 

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